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sábado, 11 de agosto de 2012

A morte pequena

A pequena morte
por Eduardo Galeano 
Não nos provoca riso o amor quando chega ao mais profundo de sua viagem, 
ao mais alto de seu vôo: no mais profundo,
no mais alto, 
nos arranca gemidos e suspiros,
vozes de dor,
embora seja dor jubilosa,
e pensando bem não há nada de estranho nisso, porque nascer é uma alegria que dói. 

Pequena morte, 
chamam na França,
 a culminação do abraço, 
que ao quebrar-nos faz por juntar-nos, 
e perdendo-nos faz por nos encontrar e acabando conosco nos principia.

 Pequena morte, dizem; 
mas grande, 
muito grande haverá de ser, 
se ao nos matar nos nasce. 

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