Linda homenagem poética à Dércio Marques
Lá no céu tem outra Estrela
(por Carlos Rodrigues Brandão)
Cantador de ipês
e céus de estrelas,
de candindés azuis
e amarelos.
Saltimbanco
do amor e da aventura.
Andarilho de estradas
sem destino.
O que era dor
curava com doçura.
O que era flor
deixava colorida.
Gargalhava pra ouvir
a voz da vida,
e viveu entre o poeta
e a travessura,
poetando
com palavras de profeta,
e cantando
com alma de menino.
Lá se foi como quem
chegou agora.
Colocou o que tinha
na sacola:
um violão, um sorriso
e uma viola,
um tanto de saudade
e de alegria.
E como quem viaja
pra de onde veio um dia,
viajou, partiu
e foi-se embora.
Mas se você olhar
pro céu de agora
como quem busca
com a alma as estrelas,
e a cada uma
sabe dar um nome,
há de ver que entre
os segredos vegetais
que habitam o que passa
e o que perdura
(e que ele cantando
decifrava com voz,
silêncio e violão)
se você parar e olhar
o céu pra vê-las
com o gesto
sereno da ternura,
com o rosto de quem vê
com o coração
e com a beleza que habita
a vida e a arte,
há de ver que entre
todas que há no céu
clareando as noites do sertão,
uma delas se chama:
Dércio Marques.
Rosa dos Ventos
inverno de 2012
Carlos Brandão

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