Powered By Blogger

domingo, 14 de dezembro de 2014

Os "Chicago boys" ainda estão vivos!

O filósofo italiano Giorgio Agamben já demonstrou como a política trabalha secretamente na produção de emergências. Os países ficam impactados por causa de guerras, ataques terroristas, golpes de Estado e desastres naturais, e, em seguida, são submetidos a novos choques políticos e econômicos, por meio de desregulamentações, privatizações e cortes dos programas sociais – doutrina neoliberal desenvolvida pelo economista Milton Friedman (1912-2006), professor da Escola de Economia de Chicago. E quem ousar resistir às medidas impostas corre o risco de ser torturado com novos choques (elétricos). Como disse Eduardo Galeano, “Friedman ganhou o Nobel e o Chile ganhou Pinochet”.
O complexo político-econômico gerado por esse estado de choque contínuo é o capitalismo de desastre, “incapaz de distinguir entre destruição e criação, entre ferir e curar”, conforme atestam os exemplos analisados no filme. Parte-se do mito do milagre chileno, a primeira aventura dos “Garotos de Chicago” nos anos 1970, passando pela terapia de choque em vários países da América Latina na década de 1980. Seguem-se crises na China, Polônia, África do Sul e Rússia; a “pilhagem” da Ásia nos anos 1990; a doutrina militar do “choque e pavor” no Iraque pós-11/9; o tsunami de 2004 no Oceano Índico e as privatizações que ocorreram no rastro do furacão Katrina, em 2005.

Nenhum comentário:

Postar um comentário