Relatório sobre as cidades latino-americanas feito pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) e divulgado nesta terça-feira, dia 21, mostra que o Brasil é o quarto país mais desigual da América Latina em distribuição de renda, ficando atrás somente de Guatemala, Honduras e Colômbia.
O País, no entanto, avançou no combate a desigualdades nas últimas décadas. De acordo com o levantamento "Estado das cidades da América Latina e do Caribe 2012 - Rumo a uma nova transição urbana", o Brasil era, em 1990, o número 1 do ranking das nações com pior distribuição de renda.
O estudo também destaca o crescimento do PIB brasileiro, de 1970 a 2009, deixando para trás o México e os países que formam o Cone Sul - Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai. Mas, quando se analisa o PIB per capita, o Brasil ocupa o 13ª lugar, abaixo da média latino-americana e dos países mais desenvolvidos da região, como México, Chile, Argentina e Uruguai, e até mesmo da Venezuela.
A pesquisa mostra também que o número de pobres e indigentes no Brasil caiu pela metade em duas décadas: de 41%, em 1990, para 22% da população em 2009. Argentina e Uruguai também reduziram pela metade o número de pobres, que hoje são 9% da população, em ambos os países. Mas foi o Chile o grande campeão no combate à pobreza, conseguindo uma redução de 70%: de 39%, em 1990, para 12%, em 2009, quando se fala em percentual da população pobre no país.
Com menor grau de desigualdade no continente estão Costa Rica, Equador, El Salvador, Peru e Uruguai. A Venezuela aparece no topo da lista, com índice Gini de 0,41, ligeiramente acima de Estados Unidos e Portugal, o mais desigual da zona do euro, ambos com 0,38.
Apesar de alguma redução da pobreza na América Latina e no Caribe, os avanços foram modestos na comparação a outras regiões em desenvolvimento desde a adoção da Declaração do Milênio em 2000, quando reduzir o número de pobres foi determinado como o primeiro dos objetivos do documento.
De acordo com o estudo, dos 124 milhões de pobres em cidades latino-americanas, mais da metade vive no Brasil (37 milhões) e no México (25 milhões).
Devido aos elevados índices de urbanização, há mais pobres nas cidades do que no campo. Em termos absolutos, afirmou a ONU, o número de pobres nas cidades é duas vezes maior que o de pobres em áreas rurais.
Argentina, Chile e Uruguai têm uma incidência de pobreza nacional baixa, enquanto mais da metade da população de Bolívia, Guatemala e Paraguai é pobre.


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