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terça-feira, 6 de março de 2012

A linguagem 

 “Nós acreditamos que dominamos as palavras, mas são as palavras que nos dominam.”

Alain Rey

 bouche vendetta


    O controle das consciências passa essencialmente pela utilização viciada da linguagem utilizada pela classe economicamente e socialmente dominante. Sendo o detentor de todos os meios de comunicação, o poder difusa a ideologia mercantil através da definição petrificada, parcial e falsa que ele dá das palavras. 
    As palavras são apresentadas como neutras e sua definição como evidente. Porém estando sob controle do poder, a linguagem designa sempre algo muito diferente da vida real.  É antes de tudo uma linguagem de resignação e impotência, a linguagem da aceitação passiva das coisas tais como são e tais quais devem permanecer. As palavras trabalham por conta da organização dominante da vida e o fato mesmo de utilizar a linguagem do poder nos condena a impotência.
    O problema da linguagem está no centro da luta pela emancipação humana. Não é uma forma de dominação que se junta a outras, mas o coração mesmo do projeto de submissão do sistema mercantil totalitário.

    Para que uma mudança radical surja de novo, é preciso uma retomada radical da linguagem, e também da comunicação real entre as pessoas. É nisto que o projeto revolucionário se une ao projeto poético. Na efervescência popular, a palavra é tomada e reinventada por grupos extensos. A espontaneidade criadora se apodera de cada um e nos reúne a todos.  
    

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