E, se não, fica sabendo ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste.
Antigo Testamento, Daniel 3 :18

Frente à devastação do mundo real, é preciso que o sistema atual colonize a consciência dos escravos. É por isso que no sistema dominante, as forças de repressão são precedidas pela dissuasão, que desde a infância, realiza sua obra de formação de escravos. Eles devem esquecer-se de sua condição servil, de sua prisão, e de sua vida miserável. Basta olhar essa multidão hipnotizada frente as telas que acompanham sua vida cotidiana. Eles enganam sua insatisfação permanente com o reflexo manipulado de uma vida sonhada, feita de dinheiro, de glória e de aventura. Mas seus sonhos são tão lamentáveis como sua vida miserável.
Existem imagens para todos e por todos os lados. Essas imagens levam consigo a mensagem ideológica da sociedade moderna e serve de instrumento de unificação e de propaganda. Vão crescendo à medida que o homem é desapropriado de seu mundo e de sua vida.
A criança é a primeira vítima destas imagens, pois se trata de sufocar a liberdade desde o berço. É necessário tornar-los estúpidos e tirar-lhes toda capacidade de reflexão e de crítica. Tudo isso se faz, evidentemente, com a cumplicidade desconcertante dos pais que não buscam se quer resistir frente à força imponente de todos os meios modernos de comunicação. Eles mesmos compram todas as mercadorias necessárias para escravizar sua progenitura. Desapropriam-se da educação de seus filhos e deixam que o sistema alienador e medíocre, se encarregue dela.
Existem imagens para todas as idades e para todas as classes sociais. Os escravos modernos confundem essas imagens com cultura e, às vezes, com arte. Recorrem-se aos instintos mais baixos para vender qualquer mercadoria. E, é a mulher duplamente escrava da sociedade atual, que paga o preço mais alto. Ela é apresentada como simples objeto de consumo. A revolta foi também transformada em uma imagem que se vende para melhor destruir seu potencial subversivo. A imagem ainda é, até hoje, a forma de comunicação mais direta e mais eficaz: ela cria modelos, aliena as massas, menti, e promove frustrações. Difundi-se a ideologia mercantil pela imagem, pois o objetivo continua sendo o mesmo: vender, modelos de vida ou produtos, comportamentos ou mercadorias. Vender é o único que importa.

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