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domingo, 26 de fevereiro de 2012

O trabalho

Trabalho, do latin Tripalium, três paus, instrumento de tortura.


horloge 


    Mas para entrar na ronda do consumo frenético, é necessário ter dinheiro e para conseguir dinheiro, é preciso trabalhar, ou  seja vender-se. O sistema dominante fez do trabalho seu principal valor. E os escravos devem trabalhar mais e mais para pagar a crédito sua vida miserável. Eles estão esgotados de tanto trabalhar, perdem a maior parte de sua energia e têm que suportar as piores humilhações. Passam toda sua vida realizando uma atividade extenuante e insidiosa que é proveitosa apenas para alguns. 
    A invenção do desemprego moderno tem como objetivo assustar-los e fazê-los agradecer sem parar a generosidade do poder que se mostra tão generoso com eles. Que fariam sem essa tortura que é o trabalho? E são essas atividades alienantes que são apresentadas como libertadoras. Que mesquinhez e que miséria!

    Sempre apressados pelo cronômetro ou pela chibata, cada gesto dos escravos é calculado afin de aumentar a produtividade. A organização científica do trabalho constitui a real essência da desapropriação dos trabalhadores, seja do fruto de seu trabalho, mas também do tempo que eles passam na produção automática das mercadorias ou dos serviços. O papel do trabalhador se confunde com o da máquina nas usinas, com o do computador nas oficinas. O tempo pago não volta mais.
    Assim, a cada trabalhador é atribuído um trabalho repetitivo, seja ele intelectual ou físico. Ele é um especialista em seu domínio de produção. Essa especialização encontra-se na escala do planeta, no âmbito da divisão internacional do trabalho. Concebe-se em Ocidente, se produz na Ásia, se morre na África. 

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