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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

PODRES PODERES (IX) - As Transnacionais e o Agronegócio

A corrida pelo controle da máquina pública federal

Essa matéria foi publicada na Edição 434 do Jornal Inverta, em 31/03/2009
Enquanto o povo brasileiro vem sofrendo os efeitos colaterais (desemprego, arrocho salarial e supressão dedireitos) da bomba atômica que assolou as economias capitalistas, o Senado e a Câmara Federal só conseguem sair de um grave e profundo escândalo de corrupção quando se apresenta um novo e mais perverso ainda que a roubalheira anterior. A dita Magistratura (Supremo Tribunal Federal), quando não está cometendo injustiça ao absorver crimes de colarinho branco ou massacres promovidos pelos oligarcas dominantes, está produzindo atrocidades ao criminalizar movimentos operários e camponeses. Enquanto o povo vê que as promessas eleitorais sequer foram levadas a sério pelos governos e parlamentares, as oligarquias e seus asseclas se lançam em nova corrida eleitoral.

A corrida pelo controle da máquina
pública federal


Enquanto o povo brasileiro vem sofrendo os efeitos colaterais (desemprego, arrocho salarial e supressão dedireitos) da bomba atômica que assolou as economias capitalistas, o Senado e a Câmara Federal só conseguem sair de um grave e profundo escândalo de corrupção quando se apresenta um novo e mais perverso ainda que a roubalheira anterior. A dita Magistratura (Supremo Tribunal Federal), quando não está cometendo injustiça ao absorver crimes de colarinho branco ou massacres promovidos pelos oligarcas dominantes, está produzindo atrocidades ao criminalizar movimentos operários e camponeses. Enquanto o povo vê que as promessas eleitorais sequer foram levadas a sério pelos governos e parlamentares, as oligarquias e seus asseclas se lançam em nova corrida eleitoral.
José Serra, governador do estado de São Paulo, da quadrilha do PSDB em aliança com o PFL (atual DEM), viveviajando pelo país afora para conquistar ou comprar votos em sua “virtual” candidatura à sucessão do governo Lula. Faz escusas articulações políticas com lideranças locais para quebrar a influência do Bolsa Família, “o maior programa oficial de compra de votos no mundo”, segundo o senador Jarbas Vasconcelos. Quem paga a conta destas viagens e gastos de sua campanha é o povo paulista, aqueles que pagam os impostos e estão morrendo de fome ou afogados com as enchentes.
Serra é o candidato das multinacionais (FIESP e CNI), dos banqueiros (Febraban, eespecial de Daniel Dantas) edos latifundiários (Agronegócios), mas precisa do voto popular para ganhar a máquina federal e governar para aqueles. Aécio Neves, PSDB, governador do estado de Minas Gerais, também está correndo o país inteiro, principalmente em São Paulo, para elee não o outro, ser o candidato dos senhores do capital e da fortuna. A sorte da população operária e camponesa de Minas não difere da de São Paulo, mas, assim como Serra, não é a tragédia e a barbárie que criaram em seus respectivos estados que carregam na bagagem de suas campanhas.
O governo Lula também colocou a sua candidatura nas ruas. Qualquer inauguração e em qualquer lugar estão lá o presidente Lula e a ministra Dilma Roussef. Dilma é o nome do governo e do grupo majoritário do PT, os famosos mensaleiros, para a sucessão e continuação do governo petista. Lula e Dilma só falam em PAC, Bolsa Família, superação da crise e das descobertas de petrólee gás no pré-sal da Bacia de Santos. Para eles, independentedas mãos em que cair o controle destas bacias, sejam nacionais ou internacionais, as descobertas não salvarão só o Brasil da terrível crise energética, mas também o planeta Terra, talvez até Marte. Nenhuma palavra sobre a taxaestratosférica de juros (ainda a maior do planeta), especulação financeira, isenção de impostos sobre grandes fortuna e bolsas, bilionária remessas ou expatriação de lucros e dividendos, perdão das dívidas dos banqueiros, multinacionais e latifundiários, entre outras bandeiras históricas da cartilha petista.
Dilma, assim como Lula e seu governo, não são candidatos diretos dos setores do grande capital, como o são o PSDB e PFL. Tampouco (ou muito menos) são a negação ou combatem os interesses antinacionais e antipopulares destes. São candidaturas dos setores dependentes das demandas produtivas e de serviços dos grandes bancos,transnacionais e agronegócio, e que sonham também ser grande um dia. Às vezes até chutam o balde em cima das oligarquias, mas não tem independência político-econômica para tal empreendimento, pois, dado a estrutura de acumulação monopolista em nosso país, ora são engolidos pela centralização de capitais, ora são jogados à falência, porta de entrada das fileiras do proletariado. Por isso dançam para lá e para cá. Na hora do vamos ver, sempre caíram no berço esplêndido do grande capital.
O PMDB também se lançou na corrida presidencial. A sua estratégia não é disputar o prato principal, a candidatura direta para presidente, mas desfrutar o banquete da conquista da máquina federal com o vencedor, seja lá elequem for. Sob o comando petista, o PMDB acumula 6 ministérios, a presidência das duas casas das oligarquias eda corrupção (o Senado e Câmara Federal), além de milhares de cargos no segundo e terceiro escalões do poder institucional. Na época do governo FHC (PSDB-PFL), a coisa não era nenhum pouco diferente.
Como saiu fortalecido nas eleições municipais, conquistando votos de leste a oeste, de norte a sul, está manipulando com maestria o jogo de cartas marcadas da democracia burguesa brasileira. Se alia tanto com o diabo, as oligarquias dominantes, como com o Satanás, os capitalistas dependentes. Ao mesmo tempo em queavança seu apoio ao governo Lula a cada cargo conquistado, o PMBD paulista, por exemplo, nas mãos de Orestes Quércia, se aliou ao PSDB de Serra e PFL de Kassab para derrotar o PT da Marta na disputa da principal capital do país, São Paulo. Mesmo contra o PT, o PMDB também ganhou. A moeda de troca, além dos cargos nas instituições paulistanas, será a candidatura de Quércia ao Senado.
Vivemos em dois mundos totalmente diferentes. O nosso, onde os arrochos salariais e de direitos e o desempregoem massa proliferam ainda mais rápido com a crise, a crise de escassez; o outro, o mundo dos senhores do capital, que também entrou em profunda crise, crise de superprodução, crise (contraditoriamente) de excesso riqueza, não escassez. Enquanto disputamos um pão em meio ao excesso de mercadorias encalhadas nas vitrines, as oligarquias dominantes se aproveitam da fragilidade dos setores mais pobree humildes da massa proletária para alavancar seus candidatos salvadores da pátria, antecipando as eleições presidenciais e, ao mesmo tempo, negando-o. Quando a esquerda radical institucional se lançar na corrida, sempre dentro das regras de cartas marcadas do jogo eleitoral, o país já estará fatiado entre os donos do capital. Se não quebrarmos esta lógica, caberá ao povo apenas legitimar a vitória do Diabo ou do Satanás.

José Tafarel


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